Administração Científica


Administração Científica

O nome "Administração Científica" se deve ao esforço de se aplicarem métodos científicos aos problemas da Administração. Taylor ficou conhecido por ter sido o primeiro a fazer isso de forma sistemática. Não é à toa, portanto, que é chamado de "o pai da Administração Científica".
Taylor era um engenheiro mecânico americano que iniciou seus trabalhos no chão de fábrica. Nessa época, era comum o pagamento por peça ou tarefa. Nesse esquema, os patrões tentavam ganhar o máximo no preço das tarefas e os operários, por seu turno, tentavam reduzir o ritmo de produção para evitar sobrecarga de trabalho.
Após os primeiros estudos, Taylor publicou, em 1903 o livro Shop Management ("Administração de Oficinas") em que expunha as seguintes idéias:
• Uma boa administração deve pagar salários altos e ter baixos custos de produção.
• A administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa para formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controle.
• Os empregados devem ser colocados, cientificamente, em postos dotados de materiais e condições adequados para o cumprimento de normas.
• Os empregados têm de ser, cientificamente, treinados para aperfeiçoar aptidões e executar tarefas que lhes permitam os mais elevados níveis de produção.
• A atmosfera de cooperação entre a administração e os trabalhadores é vital para os princípios mencionados.
Como já dissemos, a primeira preocupação de Taylor era o nível operacional, por isso começou seus estudos pelo trabalho do operário, seguindo um caminho de baixo para cima e das partes para o todo. Iniciou suas pesquisas junto aos operários no nível de execução, analisando as tarefas de cada um e decompondo seus movimentos e processos de trabalho.
Aos poucos, ele aperfeiçoava esses movimentos, com as técnicas de racionalização do trabalho do operário. Taylor e tudo o que ficou conhecido como "Administração Científica" procurava a todo custo eliminar o desperdício e aumentar a produtividade das empresas por meio da maximização da eficiência dos operários. Para atingir essa maximização, Taylor desenvolveu uma minuciosa análise do trabalho realizado pelos operários, que ficou conhecida, como já mencionamos, como "estudo dos tempos e movimentos", que permitiu a racionalização dos métodos de trabalho do operário e a fixação de tempos padrões para a execução de cada tarefa. Em sua primeira obra, Shop Management, Taylor estabelece também que toda a operação fabril pode e deve ser um processo padronizado e planejado de modo a eliminar todo e qualquer desperdício de esforço humano e de tempo.

Pouco tempo depois, em 1911, Taylor lançou seu livro Princípios da Administração Científica. Ele concluiu que a racionalização do trabalho do operário tinha de ser seguida de uma estruturação geral da empresa, que permitisse a aplicação dos seus princípios.
Afirmou que as indústrias de sua época apresentavam três problemas básicos:
• vadiagem por parte dos operários;
• desconhecimento, por parte da gerência, d as rotinas dos trabalhos e do tempo necessário para sua realização;
• falta de uniformidade das técnicas ou dos métodos de trabalho.
Como solução, ele apresentou um sistema de administração, denominado Scientific Management, que foi difundido como Organização Racional do Trabalho (ORT).
Para Taylor, esse sistema era uma evolução da teoria, incluindo 75% de análise e 25% de bom senso. Segundo ele, a sua implementação tinha de ser gradual, obedecendo a um certo período de tempo e evitando alterações bruscas que causassem insatisfação e prejuízos.
A concepção básica de Taylor era, como esperamos tenha ficado claro até aqui, era de que a organização e a administração deviam ser tratadas cientificamente. Deve-se colocar o planejamento em prática e esquecer o improviso. Para ele, era inevitável: estava próximo o dia em que a ciência assumiria o lugar do empirismo, da mera tentativa-e-erro

Taylor destacou as bases da Administração Científica, como no quadro abaixo:
1) Estudo de tempo e padrões de produção.
2) Supervisão funcional.
3) Padronização de ferramentas e instrumentos.
4) Planejamento das tarefas e cargos.
5) Princípio da execução.
6) Utilização da régua de cálculo e de instrumentos para economizar tempo.
7) Fichas de instrução.
8) Prêmios de produção pela execução eficiente das tarefas.
9) Definição da rotina de trabalho.
A partir desses princípios, Taylor notou que as tarefas podem ser feitas de diversas maneiras e que existem sempre métodos mais eficientes. Fez a mesma observação em relação aos instrumentos e ferramentas.
Para ele, portanto, a análise científica e o estudo de tempos e movimentos deviam ser utilizados para identificar os melhores métodos e instrumentos. Era a isso, pois que Taylor denominava Organização Racional do Trabalho (ORT), como já mencionamos.

A Administração Científica reparte as responsabilidades:
• a gerência fica com o planejamento, ou seja, o estudo do trabalho do operário e o estabelecimento de métodos;
• a supervisão se encarrega da assistência ao trabalhador durante a produção;
• o trabalhador se preocupa somente executar o trabalho da "única melhor maneira".
Como decorrência dessa concepção, ficaram assim estabelecidos os principais aspectos da Organização Racional do Trabalho (ORT):
1) Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos.
2) Estudo da fadiga humana.
3) Divisão do trabalho e especialização do operário.
4) Desenho de cargos e tarefas.
5) Incentivos salariais e prêmios de produção.
6) Conceito de "homo economicus" (homem econômico). A pessoa é concebida como influenciada apenas por recompensas econômicas ou materiais.
7) Condições ambientais de trabalho como, por exemplo, iluminação.
8) Padronização de métodos e de máquinas.
9) Supervisão funcional (relativa e parcial).
Diante da exposição dos aspectos da ORT e das bases da implantação da Administração Científica, certamente você notou que a ênfase dos estudos de Taylor era nas tarefas. Pode-se deduzir também do que foi visto que a Administração Científica se caracterizou pela separação do planejamento e execução do trabalho
Considerando-se as precárias condições de trabalho da época, as idéias de Taylor certamente representaram um avanço. Isso, no entanto, não o poupou da rejeição por parte dos sindicalistas, que viam em seus métodos e exigências, uma nova e mais sutil forma de exploração do trabalho humano. Tampouco o isentou de críticas vindas de vários pontos da sociedade.

As principais críticas à Administração Científica são:
1) Visão mecanicista (a empresa como máquina, pouca atenção à complexidade do elemento humano e suas inter-relações).
2) Superespecialização do operário (tarefa única).
3) Visão microscópica do homem (somente executa, não pensa).
4) Ausência de comprovação científica.
5) Abordagem incompleta da organização (e a organização informal? os aspectos humanos?).
6) Limitação do campo de aplicação (limitou-se ao chão de fábrica).
7) Abordagem prescritiva e normativa (praticamente apenas o como deve ser, sem espaço para se questionar por que deveria ser de um jeito ou outro).
8) Abordagem do sistema fechado (e o ambiente externo?).
9) Visão simplista, exatamente pelo pioneirismo na Administração.


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